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Acordei com o coração disparado, em estranha
agonia. Sonhei com você e sei que não devia ter sonhado, pois foi real demais. A
realidade é diametralmente oposta ao sonho, por isso a agonia.
A sensação permanece, após horas desperta.
Formigam os lábios, tomados num súbito, ainda quentes pelo etéreo contato.
Dispara o coração, crédulo, enganado pela excessiva materialidade do sonho. A
verossimilhança era tremenda! A voz, o jeito, o contato, o olhar... Até o
olhar! A timidez de quem sabe a insensatez do ato, mas simplesmente não
consegue resistir à tentação.
Acordei com a culpa em meus ouvidos. Culpa
pelo ato do sonho, por ter me agradado do suave toque em meu rosto, da
inconsciente proximidade dos lábios, e até do breve choque entre dentes, quando
a empolgação se elevou. Culpa, acima de tudo, por ter sonhado; sonhado com o
que não posso ter, não posso desejar; sonhar com o que nem sabia que desejava,
mas que estava ali, explícito, belo, quase doloroso. Sonho simples, um beijo
apenas – beijo este ansiado e renegado por ambas as partes –, mas que gerou
muitos questionamentos.
Escrito
por: Camila Alferes
originalmente
em novembro de 2012
Olá Camila. Bonito Post. Indiferente à realidade, o que você escreve parece ser bem real. Parabêns.
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